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Presidente do Irã morre em queda de helicóptero

Foto do escritor: Marcelo Vedolin Marcelo Vedolin

Atualizado: 23 de mai. de 2024

Na manhã deste domingo, a mídia iraniana confirmou a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, de 63 anos, e do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, após um acidente de helicóptero na província montanhosa do Azerbaijão Oriental.


Este incidente ocorre em um momento de alta tensão na região, onde diversas forças políticas e militares estão em evidente atrito.


A mídia estatal iraniana, Press TV, junto com as agências de notícias semioficiais Tasnim e Mehr, relataram que todos os ocupantes da aeronave morreram.


Morre Ebrahim Raisi, presidente do Irã.

Entre as vítimas estavam também o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati; o condutor da oração de sexta-feira de Tabriz, Imam Mohammad Ali Alehashem; além do comandante, copiloto, chefe de tripulação, chefe de segurança e outro guarda-costas.


A reação internacional ao acidente foi imediata.


O grupo Hamas, conhecido por sua posição firme contra Israel e aliado regional do Irã, expressou "grande preocupação" em um comunicado oficial, destacando a solidariedade com o presidente Raisi e o povo iraniano.


Este gesto sublinha as complexas alianças políticas que influenciam o cenário do Oriente Médio.


O apoio do Irã a grupos como os Houthis no Iêmen e o Hezbollah no Líbano exemplifica a teia de influências e ressentimentos que permeiam a região, exacerbando a instabilidade.


Este trágico evento não ocorre isoladamente, mas sim num contexto de crescentes tensões entre Irã e Israel.


Impacto na Percepção Internacional do Irã

O acidente de helicóptero representa um ponto de vulnerabilidade para a imagem internacional do Irã. A capacidade de resposta do governo iraniano a esta crise será crucial, pois o mundo observa atentamente as dinâmicas de poder no Oriente Médio.


A liderança iraniana enfrenta o desafio de manter tanto a segurança interna quanto sua influência regional em meio a um cenário geopolítico conturbado.


Sucessão Presidencial no Irã

A Constituição iraniana estabelece que, em caso de morte do presidente, o primeiro vice-presidente assume interinamente o cargo, com a aprovação do Líder Supremo.


Neste caso, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, dependerá da aprovação do aiatolá Ali Khamenei para exercer a presidência.


Além disso, a Constituição determina que os três chefes dos poderes da república – o vice-presidente, o presidente do parlamento e o chefe do poder judiciário – devem organizar uma eleição para escolher um novo presidente no prazo de 50 dias.


Diferente do seu antecessor, o moderado Hassan Rouhani, Raisi tinha uma aliança estreita com Khamenei, e muitos acreditavam que ele poderia ser o sucessor do Líder Supremo.


O "Comissionário da Morte":


Raisi tem um histórico controverso, incluindo sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA em novembro de 2019 devido à sua participação na “comissão da morte” de 1988, que resultou na execução de milhares de presos políticos.


Além disso, um relatório das Nações Unidas destacou que, sob sua supervisão, o judiciário iraniano aprovou a execução de pelo menos nove crianças entre 2018 e 2019.


Nascido em 1960, Ebrahim Raisi iniciou sua carreira no início da década de 1980 como promotor e ascendeu a procurador-geral de Teerã em 1994.


Posteriormente, em 2019, foi nomeado chefe do judiciário iraniano. Raisi assumiu a presidência do Irã em 19 de junho de 2021, após vencer uma eleição amplamente considerada manipulada, marcada pela baixa participação de apenas 48,8% do eleitorado – a menor desde a criação da República Islâmica do Irã em 1979.


Este acidente não só acarreta uma mudança imediata na liderança iraniana, mas também coloca em foco as tensões e as alianças que moldam o cenário político do Oriente Médio.

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