“Levanta, sacode a poeira, dá volta por cima.”
Ataulfo Alves
Por Tobias Ferraz
A história da humanidade é cheia de idas e vindas, altos e baixos, acordos e discordâncias, avanços e retrocessos. Os estudos e o maior conhecimento sobre as leis naturais, os fenômenos da natureza e as ações do clima sobre o planeta levou grande parte das lideranças, pesquisadores, empresários e gente dos mais variados perfis, a lutar pelas causas ambientais em busca de maior equilíbrio entre produção com preservação e cuidado com o meio ambiente.
O Brasil já foi a grande liderança na condução das discussões ambientais internacionais, foi referência para outros países em função da capacitação técnica de cientistas e porta-vozes nos encontros mundiais sobre o tema, mas há 3 anos esse protagonismo foi neutralizado por políticas públicas equivocadas, que levaram ao desmonte da estrutura de proteção ambiental do País.
O INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão com um punhado de tecnologias para monitoramento do desmatamento, aponta que a Amazônia Legal - área formada por nove estados da bacia Amazônica - teve aumento do desmatamento de 21,97% em um ano. É a maior taxa de desmatamento para a região desde 2006. Esse dado é um alerta urgente para todo o planeta. O desmatamento, seja ele legal ou ilegal, compromete todo o funcionamento do regime de chuvas, do equilíbrio entre espécies de plantas e bichos, mexe com a temperatura e com a agricultura.
Nas últimas convenções internacionais sobre clima e meio ambiente, os representantes do governo brasileiro têm levado suas próprias cascas de banana para escorregar no discurso e cair nos compromissos mundiais. Por outro lado, setores do empresariado nacional entendem a necessidade mundial em adotar processos de produção e consumo mais conscientes com a realidade. Em breve, seremos 9 bilhões de seres humanos espalhados e concentrados no planeta. Não dá para viver como vivíamos há 100 ou 200 anos, precisamos adotar formas de viver sem consumir o planeta e recuperar os danos que causamos.
Setores da sociedade estão dispostos à mudança. Na questão ambiental o Brasil pode retomar a sua importância no cenário internacional, é só seguir a dica do samba clássico de Ataulfo Alves, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Ainda é tempo.
Tobias Ferraz é jornalista especializado em agronegócio com mais de 30 anos de experiência. Recebeu diversos prêmios jornalísticos em reconhecimento ao seu trabalho com foco no meio ambiente e foi pioneiro ao lançar um programa de TV exclusivo sobre sustentabilidade, pelo Canal Terraviva, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, unindo produção agropecuária e meio ambiente. Recebeu a comenda xxxx. Atuou também como repórter especial do Canal Rural e hoje se dedica a projetos independentes de conscientização ambiental.
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