Celso Amorim determina o futuro do embaixador Brasileiro em Israel
Em declaração contundente, Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, anunciou que o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, não retornará ao seu posto em Tel Aviv.
A revelação, feita durante visita a Pequim, levanta questões significativas sobre a diplomacia brasileira e as relações internacionais.
Meyer foi chamado de volta ao Brasil para consultas após uma série de eventos que culminaram na sua convocação pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, entre elas, o governo brasileiro minimizar os atos terroristas do Hamas e relativizar o holocausto em plena guerra Israel Vs Hamas.
O presidente Lula deu declarações em que comparou as operações militares israelenses em Gaza ao extermínio de judeus promovido por Hitler – uma comparação que Katz classificou como um "ataque antissemita grave".
Durante sua estadia na China, Amorim afirmou que Meyer foi humilhado por Israel, justificando assim a decisão de não permitir seu retorno a Tel Aviv.
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Nosso embaixador foi humilhado. Acho que ele não volta. Se vai outro eu não sei, mas ele não volta. Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado. A intenção foi humilhar o Brasil", declarou Amorim.
A afirmação de que o embaixador foi "humilhado" e que, portanto, o Brasil também foi, é uma leitura simplista e perigosa das complexas interações diplomáticas.
A diplomacia exige frieza, estratégia e, acima de tudo, o interesse nacional em longo prazo.
A inflexibilidade de Amorim no entanto, ao transformar um desconforto diplomático em tempos de guerra para Israel, numa cruzada ideológica pessoal pode comprometer relações bilaterais de longa data, essenciais para o Brasil.
A decisão de não substituir Meyer imediatamente cria um vácuo diplomático num momento em que o diálogo é indispensável.
Depois das declarações, Lula é "PERSONA NON GRATA" em Israel.
Katz afirmou que "não esqueceremos nem perdoaremos" as declarações de Lula, deixando claro que a retirada do que foi dito é uma condição para qualquer reconciliação.
Este confronto verbal público entre altos funcionários de ambos os países é um desvio preocupante dos canais diplomáticos tradicionais e pode ter consequências duradouras para as relações bilaterais.
Uma diplomacia eficaz se baseia na comunicação discreta e estratégica, não em declarações públicas inflamatórias.
Amorim escolheu um caminho de confronto e retórica inflamada.
Esta estratégia não só isola o Brasil de um aliado potencialmente importante no Oriente Médio, mas também projeta uma imagem de instabilidade e falta de profissionalismo na condução de sua diplomacia, em outros tempos, sóbria.
Num mundo onde as relações internacionais são mais interdependentes do que nunca, funcionários brasileiros não podem se dar ao luxo de alienar parceiros estratégicos do país por orgulho ideológico, ou por um péssimo cálculo retórico.
Em última análise, a verdadeira humilhação não é a convocação de um embaixador, mas a perda de oportunidades diplomáticas e o enfraquecimento da posição do país Brasil.
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